Chorou, mas chorou de alívo, uma certa felicidade talvez. Era como se tirasse do seu peito um peso enorme. É, já não sentia mais nada...e era uma certeza agora. Nada? Não é absolutamente nada, resta uma mágoa, bem lá no fundo, misturada com um arrependimento por ter insistido em reconquistar algo que nunca havia nem conquistado, quase que um masoquismo involuntário e obsessivo.
Havia passado de fato o passado e tudo aquilo já nem sentido mais fazia. A dor tinha sido tão forte tantas vezes que em quase todas pensou que não sobreviveria, sobreviveu...mas não ilesa. Aprendeu muito e aprendeu acima de tudo que o tempo não cura absolutamente nada. Tudo, nada...engraçado como um tudo tem a capacidade de se transformar em nada assim como o dia em noite, mas assim também como o dia e a noite...resta um pouquinho do tudo no nada. Durante o dia ainda há um pouco de lua, mas quem percebe a lua quando se há um sol radiante cobrindo sua forma?
Havia um pouco de lua ainda, mas já não estava em foco. A lua sempre estará la, fazendo parte do seu sol, mas já não lhe chamava mais atenção, aliás ela já nem se lembrava desse tudo que restou no nada dentro dela.
O tempo não cura, o dia não faz sumir a noite...tanto o tempo como o dia, apenas tiram de foco algo que antes estava em evidência. Parou de sangrar, parou de doer...Estava bem, ouvia Edguy, chegou à conclusão de que voltara a ser ela mesma finalmente e que nunca mais chegaria próximo desse alguém que tanto lhe magoou. Concluiu também que o mundo pode ser sim dividido entre pessoas boas e más...e o que não pode ser definido como boa, é má, e ela havia conhecido uma pessoa muito má.
Decidiu sempre que pudesse fazer o dia de alguém melhor, fazê-lo. Não existe bem maior que esse, não queria correr o risco de se tornar alguém ruim como aquela pessoa que conhecera e que cometera o infeliz erro de amar. Não queria ser pra ninguém o que aquela pessoa hoje era para ela.
Desistiu de tentar o tempo todo fazer seus sonhos realidades, viu que podia ser bem melhor de vez em quando fazer de sua realidade um sonho e assim estava fazendo. Estava feliz e leve...e essa felicidade e leveza, apesar de parecer mais vantajosa, estava infelizmente acabando com seu talento para escrever...
É, não se pode ter tudo.
Bonus:
terça-feira, 6 de julho de 2010
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