segunda-feira, 27 de setembro de 2010

E se?

Era outubro de 2009, e mais uma história, entre tantas outras, se acabava. Entre tantas outras tão diferentes e tão iguais, tão especiais e tão tristes, tão únicas e tão comuns. Era, ou melhor, é, seu grande amor...grandes amores são para sempre, e sempre são histórias felizes com finais tristes (ou pelo menos, na maioria das vezes).

E sobre os grandes amores, ela já tinha sua teoria. Quantas pessoas que você conhece que ficou de fato ao lado do seu grande amor? Ela conhecia exatamente nenhuma. Ela conhecia sim pessoas que tiveram seus grandes amores, mas que, por algum acidente do destino os perdeu. E então essas pessoas se casam com outras, afinal não resta outra opção a não ser se conformar com a perda, e não era por isso que não amavam aqueles com quem se casaram, amavam sim, mas não era igual. Um grande amor é intenso, um grande amor acontece...já os outros...ah os outros são por aprender a amar, aprendemos a amar quem nos trata bem, quem tem carinho e respeito por nós. E os grandes amores, ficam apenas nas lembranças...

Era a primeira vez que planejava um futuro ao lado de alguém, família, filhos, almoço de domingo na casa dos sogros. Já havia tido outros relacionamentos bem mais duradouros e estáveis, e fugira de todos eles quando chegava o momento de "pensar no tal futuro". E dessa vez agarrava-se a essa futuro com toda a força, afinal uma história tão diferente, tão bonita, tão intensa deveria ter um porquê de acontecer, não deveria?

Já é setembro de 2010 e foi nesse mês, há 1 ano atrás, a última vez que havia visto seu grande amor. Hoje, ele é o grande amor de uma outra pessoa, ele sabe fingir bem esse papel. Foi semana Farroupilha no Rio Grande, onde ele mora, e agora, ele visitou os mesmos lugares e fez as mesmas coisas que havia feito em 2009, mas ao lado de uma outra pessoa.

Ela passou a semana inteira com aquela angústia, que talvez vá lhe acompanhar pelo resto de sua vida. Lembrou da forma como acabara aquele relacionamento que, na época inclusive, era o que ainda lhe dava forças para lutar contra todos os obstáculos que apareciam em série em sua vida... E lembrou do quanto ela queria ter pego um avião e ido ao Rio Grande, eles sempre se entendiam bem melhor pessoalmente e o máximo que aconteceria era ela continuar com um não, mas tiraria a dúvida. Mas todos diziam para que ela não fizesse isso, que não valia a pena, e de tão machucada que estava, resolveu aceitar a opinião dos outros. Ela que sempre teve o pensamento de "nunca deixar de fazer nada, porque antes o arrependimento de ter feito, do que a dúvida de não ter feito".

Hoje sente falta daquele abraço de adeus, ou quem sabe de reconciliação e nunca vai deixar de pensar: E se tivesse ido buscar esse abraço? Ainda sim seria o fim? E se não vale a pena ir atrás do seu grande amor, o que vale a pena então?