quinta-feira, 10 de junho de 2010

Alice no País das Maravilhas

Em plena 3ª-feira ela foi ao cine ver Alice no País das Maravilhas. É um de seus desenhos preferidos e ela gosta muito de cinema, adora o Tim Burton e sim, como quase todas as mulheres, morre de amores pelo Johnny Depp. Ele faz os melhores papéis ever. O filme está para sair dos cinemas já e isso é bom, porque crianças no cinema é um inferno, e era 3ª feira.

Resolveu ir sozinha, precisava daquele tempo sozinha... durante alguns segundos até pensou que talvez pudesse querer alguém ali com ela, mas essa idéia desapareceu rapidamente, estava bem na companhia dela mesmo, e muitas vezes não há companhia mais agradável a nós que nós mesmos não é?

Assistiu o filme e adorou. Voltou pra casa viajando, querendo ser Alice.

Chegou 5ª-feira e depois de um dia de muito trabalho, ao voltar pra casa depois de uma decepção com alguém muito querido (mais uma diante de todas as outras), estava aguardando o próximo metrô. De repente as letras que formavam o nome da estação, já não formavam mais nada, não fazia sentido nenhum, não estava escrito nada ali, as pessoas ao redor que corriam, estavam paradas e as letras da Consolação (esse era o nome da estação, irônico não?) flutuavam a sua frente. E por um tempo que não deve ter chegado a um minuto, passou pela cabeça dela diversas situações vividas, que ela não gostaria de ter vivido, e que gostaria de viver de novo.

Não pertencia aquele mundo, apenas o vivia, mas não era dali, ou era? Ou teria sido? Ou seria? Tudo ficou confuso, naquele momento ela queria estar a muitos Km dali, num lugar que existe dentro e fora dela, mas que provavelmente ela nunca mais verá. Lembrou de vários momentos que estava num lugar querendo estar em outro, com algumas pessoas querendo estar na companhia de outras...e chegou a conclusão de que parecia estar sempre no lugar errado, ou então quando chegava ao lugar certo, a errada era ela.

As letras voltaram a formar o nome da estação e as pessoas a correr, em São Paulo, elas não andam, correm, sempre apressadas. O metrô chegou, ela não lembrava quais situações tinham passado por sua cabeça, mas lembrou da conclusão "o lugar está sempre errado ou eu estou sempre diferente". Lembrou da Alice, sempre gostou tanto dessa história, se sentiu no lugar da Alice, estava sim meio perdida, em todos os sentidos, e além disso, o coração doía.

Lembrou do filme, uma passagem do Chapeleiro com a Alice, onde ele diz " You used to be much more..."muchier." You've lost your muchness." E ela não queria perder sua "muchness"...e não ia perder... A vida nos confunde, as pessoas nos machucam, mas não podemos nunca deixar de ser quem somos...

Bonus: A trilha sonora do filme também é ótima...



"I'm still painting flowers for you..."

Um comentário:

  1. Concordo com cada palavra querida...
    A gente não pode deixar nossa opinião sobre a gente mesma depender da opinião de outra pessoa (idiota)...
    Nós temos uma puta muchness!
    bjo

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